PUBERDADE ATRASADA

A puberdade atrasada é a ausência de desenvolvimento de mama em meninas após os 13 anos de idade ou o não aumento dos testículos em meninos após os 14 anos. Há também os casos em que início do desenvolvimento desses caracteres sexuais começa na idade certa, mas demora muito para evoluir ou não avança.

Quais as causas?

A causa mais frequente é constitucional, ou seja, não há doença, apenas uma variação daquele indivíduo, geralmente com história de familiares que também tiveram puberdade atrasada. Esses indivíduos costumam se apresentar com estatura mais baixa para idade e com o atraso do desenvolvimento sexual, mas que apenas deverão ser acompanhados, porque um pouco mais tarde que os demais terão crescimento e desenvolvimento da puberdade. Doenças crônicas também podem ser causas do atraso por reduzirem a disponibilidade de substratos energéticos (como nos casos de pacientes asmáticos), doenças intestinais, anemias, doenças hepáticas, renais, cardíacas e desnutrição podem levar ao atraso da puberdade. De modo oposto, situações que levam a consumo energético excessivo como ocorre com atletas de alto desempenho também podem ser a causa da puberdade atrasada.

Causa hormonal: ausência ou redução da produção hormonal pelo eixo hipotálamo-hipófise que induzem os ovários e testículos a produção de seus respectivos hormônios. Outra possibilidade é a incapacidade dessas glândulas produzirem os respectivos hormônios, estrógeno e progesterona ou testosterona. Na maior parte dos casos a causa é genética, mesmo que não haja história familiar, mas também pode decorrer de doenças adquiridas como tumores neurológicos, doenças autoimunes, infecções virais, radioterapia ou uso de medicações (corticoides em uso crônico).

Dano na ausência de tratamento

Nos casos em que há necessidade de reposição hormonal e ela não é feita, ocorrem danos físicos e emocionais. Não há desenvolvimento de mamas nem crescimento uterino nas meninas e nos meninos há crescimento normal no tamanho do pênis e testículos assim como pouca pilificação.

Em ambos os sexos há grande risco de osteopenia e fratura óssea, em razão dos hormônios sexuais desempenharem importante função na aquisição de massa óssea para a idade adulta (que deve ocorrer maciçamente até os 18 anos de idade).

Os aspectos psicossociais são bastante importante porque a falta desses hormônios sexuais produzem um quadro de imaturidade psíquica e emocional que faz com que o indivíduo não se sentir parte do grupo de colegas da mesma idade.

Como diagnosticar?

Adequado e cuidadoso exame físico em consultas regulares ajudam no diagnostico. Raio-X de idade óssea e determinações dos hormônios hipofisários, sexuais e da glândula tireoide completam o diagnostico. Os testes genéticos e exames de imagem podem ser necessários somente em pequeno numero de casos específicos.

Tratamento

Os casos constitucionais ou por doenças crônicas muitas vezes exigem apenas acompanhamento regular. Quando é confirmada falência da produção hormonal deve-se tratar a causa de base e iniciar reposição hormonal com testosterona nos meninos e estrógeno nas meninas. A dose no início do tratamento é baixa e o aumento é progressivo, simulando a produção hormonal de um adulto. Nas meninas, após determinado tempo de tratamento é iniciado também o uso de progesterona para que ocorra o ciclo menstrual.