CAUSAS E TRATAMENTO
O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas. A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo.
Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o do índice de massa corporal (IMC).O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado. É o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que identifica o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. Veja a tabela completa e descubra o seu IMC aqui. Para ser considerado obeso, o IMC deve estar acima de 30.
A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras.
Causas
São muitas as causas da obesidade e consequência da interação entre fatores genéticos e ambientais e pouca vez decorre de doenças endócrinas, síndromas genéticos, tumores, etc…
A sociedade impõe determinados hábitos alimentares que condicionam, em grande parte, o excesso de peso e a obesidade.
Diferentes condições impedem o seguimento de uma dieta correto, pois, em muitas ocasiões, por necessidade de trabalho, falta de tempo, etc, as pessoas são obrigadas a comer fora de casa.
A obesidade ocorre, muitas vezes, quando um individuo deixa de fumar. O fumante possui um metabolismo mais elevado enquanto fumante, o qual diminui depois de deixar de fumar.
Além disso, a volta do paladar facilita o aumenta de peso. Outro hábito relevante é o consumo de álcool. O álcool aporta muitas calorias “vazias” (sem nenhum valor nutritivo), que são utilizadas pelo organismo imediatamente.
A energia fornecida pelos alimentos ingeridos, que passa a estar em excesso, é, por isso, armazenada, favorecendo o aumento de peso. É esta a razão da sua supressão na maioria dos planos de emagrecimento.
A obesidade intervém de forma significativa na evolução e prognóstico de diversas doenças, que devem ser observadas no tratamento. O conhecimento desta interação e da respectiva medicação levará a atuar de formas diferentes.
Fatores alimentares como causa da obesidade
Sempre que a energia proveniente da alimentação for superior àquela que gastamos, as calorias excedentes armazenam-se no tecido adiposo sob a forma de gordura. Podemos dizer que qualquer tipo de comida pode engordar dependendo da quantidade ingerida. Os hidratos de carbono não são os “malvados”. São alimentos que devem entrar em quantidade suficiente nas refeições, porque contribuem com mais de 55% para o total energético diário. Os alimentos ricos em gordura, seja de adição (margarina, óleo, azeite, natas, manteiga) ou de constituição (a que faz parte dos alimentos), são portadores de “calorias excessivas” , as quais são rapidamente armazenadas, aumentando a gordura corporal.
Molhos com excesso de gordura, salsicharia e embutidos, doces, refeições pré-preparadas, bolachas, manteiga, são exemplos de alimentos que contribuem para aumentar muito o valor calórico de uma refeição. Isto ocorre porque cada grama de gordura fornece 9 calorias. Por exemplo, uma barra de chocolate com 57g contem 15g de gordura, ou seja, 135 calorias vêm da gordura! Um pedaço de chouriço com 25g fornece 11g de gordura, o que equivale a 99 calorias. Comparando com o total de calorias fornecido pelos hidratos de carbono (4 calorias por grama) ou proteínas este valor é menos de metade. Assim, uma fatia de pão (alimento constituído essencialmente por hidratos de carbono) de 50g fornece 117 calorias. As bebidas alcoólicas (cada grama de álcool fornece 7 calorias) também podem contribuir para aumentar a gordura corporal. Os alimentos e bebidas muito doces também são responsáveis por aumentar muito o valor calórico de uma refeição, podendo estimular o apetite e, por estas razões, contribuir para o ganho de peso, se não forem consumidos com conta, peso e medida. O hábito de fazer refeições ricas em alimentos gordos e/ou doces, ou refeições muito abundantes, provoca um aumento do número e tamanho das células adiposas podendo levar ao aumento de peso.
Substâncias químicas também influenciam na obesidade. Os desreguladores endócrinos ou disruptores endócrinos são substâncias químicas capazes de exercer efeito semelhante ao de hormônios presentes em nosso organismo. Existe uma relação destas substâncias com o ganho de peso e a obesidade.
Consequências da obesidade
A obesidade é uma das maiores causas de mortes evitáveis em todo o mundo e, por isso, já é considerada uma doença. Ela é fator de risco para muitas outras condições, tais como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doença hepática não alcoólica e apneia do sono.
Tratamento da Obesidade
Medicamentos
A utilização de medicamentos contribui de forma modesta e temporária no caso da obesidade, e nunca devem ser usados como única forma de tratamento. A maior parte destes medicamentos atua no cérebro e podem provocar reações adversas como: nervosismo, insônia, aumento da pressão sanguínea, batimentos cardíacos acelerados, boca seca e constipação intestinal.
Por isso, o tratamento medicamentoso da obesidade deve ser acompanhado com rigor e sempre com seguimento rigoroso pelo medico.
Cirurgias para Obesidade: Pessoas com obesidade mórbida e comorbidades, como diabetes e hipertensão, podem optar por fazer a cirurgia de redução de estômago para controlar o peso e sair da obesidade. Existem quatro técnicas diferentes de cirurgia bariátrica para obesidade. A escolha da cirurgia dependerá do quadro do paciente, do grau da obesidade e das doenças relacionadas.
Em resumo, o excesso de peso pode estar ligado ao patrimônio genético da pessoa, a maus hábitos alimentares, alterações psicossociais ou a disfunções endócrinas. Por isso, na hora de emagrecer, procure um dos nossos endocrinologistas.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 2020